Estratégia/Movimento Wikimedia/2017/Fontes/Rascunho de resultados iniciais de Indonésia e Brasil de maio de 2017
Rascunho de trabalho | Atualizado: 6 de junho de 2017
Preparado pela Reboot
Compartilhado com a Fundação Wikimedia
Introdução
Este relatório apresenta resultados chave da investigação do Novas Vozes da Estratégia do Movimento (anteriormente Trilha D), realizada na Indonésia e no Brasil em maio de 2016. É um rascunho de trabalho que tem como objectivo informar o processo de Estratégia do Movimento desenvolvido pela Fundação Wikimedia (WMF).
A resultados chave foram organizados em cinco temas chave de investigação que guiam este estudo.
- Tema 1: Busca e aprendizagem de informação geral
- Tema 2: Uso de internet (Web e móvel)
- Tema 3: Comportamentos de informação online
- Temas 4 e 5: Reconhecimento, percepções e uso da Wikipédia
Este relatório enfatiza tendências emergentes que podem ser mais relevantes às conversas da Estratégia do Movimento em curso, com um enfoque nos comportamentos observados entre os entrevistados mais jovens, dada a importância para o futuro da Wikimedia. O documento começa com uma síntese das tendências chave, suas consequências para o movimento e as oportunidades concretas para a consideração da Wikimedia. Depois resume-se a metodologia da pesquisa e resultados chave mais importantes. As oportunidades para o movimento Wikimedia são destacadas na seção de resultados chave, sob cada tema de pesquisa relevante. Todas as oportunidades anotadas neste documento são preliminares, e devem ser entendidas como pontos de partida para uma futura discussão.
Dados os prazos urgentes do processo de Estratégia do Movimento, Reboot tem feito o máximo para trazer resultados preliminares de alto nível que alimentem as discussões do Ciclo 2. Outros produtos independentes e mais formais desta investigação, que abarquem a totalidade dos resultados de Indonésia e Brasil, serão publicados para fins de junho de 2017.
Conquanto esta análise baseia-se nos resultados de Indonésia e Brasil, está construído sobre padrões provenientes de outros contextos onde Reboot conduziu investigações sobre a Estratégia do Movimento e Novas Vozes, especificamente na Índia e na Nigéria. Esperamos que este enfoque seja útil para a WMF na síntese rápida dos resultados através desses contextos e na integração deles ao processo de estratégia em curso.
Dito isto, Reboot acha que um exercício de análise focada na comparação entre os países com os quais a WMF se envolve poderia ajudar à Fundação a determinar como interpretar e avaliar os resultados de diferentes países — tanto onde se realizou pesquisas primárias e quanto em outros locais — baseados nas características únicas da cada país (em si mesmos ou como ilustrações de contextos similares). Ditas características que poderiam ser usadas pela WMF para mapear, comparar e categorizar países incluem: demografia básica e indicadores econômicos; características socioculturais; tendências relevantes (ex. taxa de urbanização, taxa de crescimento de uso de dispositivos móveis); e factores políticos e econômicos relevantes (ex. grau de liberdade de imprensa, níveis de corrupção no sector público). Um exercício como este pode ajudar à WMF a determinar quais países (onde a investigação primária tem sido realizada) são mais representativos de certas tendências amplas que são exploradas como parte do processo de Estratégia do Movimento, e que podem ajudar ao movimento a desenvolver estratégias únicas e adaptadas a diferentes contextos (ex. delineada por factores como região, uso de dispositivos móveis ou nível de confiança nos meios tradicionais, etc.).
Síntese de oportunidades
Wikimedia em 2030: Uma fonte (não um destino) de conhecimento
A pergunta central que surgiu através desta pesquisa foi: a Wikipédia tem todo este conteúdo, e agora que? Ou para dizer de outra maneira: Como pode a soma do conhecimento do mundo ser mais relevante e útil para a vida das pessoas?
A pesquisa sugere que a construção de um destino robusto e respeitado para o conhecimento já não é suficiente. Olhando para o futuro, para continuar avançando para sua missão, o movimento Wikimedia deve se converter em uma fonte de conhecimento em vez de um destino para este. Pode conseguir isto fomentando e permitindo a aprendizagem, onde e como as pessoas aprendem.
Parte disto é atualmente possível mediante iniciativas internas como os canais de distribuição da Wikipédia ou está a ocorrer mediante produtos externos como o Gráfico de Conhecimento de Google, mas muitas desses aplicativos têm sido ou i) experimentos conduzidos por membros individuais da comunidade interessados em novas tecnologias, ou ii) desenvolvimentos dirigidos por atores externos e às vezes recusados pelos wikimedistas.
Temos a esperança de que este estudo possa contribuir ao desenvolvimento de uma estratégia do movimento coerente, baseada nas tendências do mercado e as necessidades dos usuários, e sejam acolhidas pela comunidade como passos necessários e evolutivos em seu modelo.
A seguir apresenta-se um resumo das tendências chaves de usuários e mercados que têm surgido desta investigação, suas consequências estratégicas para Wikimedia, e as oportunidades específicas resultantes que o movimento pode considerar enquanto continua desenvolvendo sua estratégia.
Tendências chave
Esta pesquisa no Brasil e na Indonésia — e o trabalho anterior para Novos Leitores na Índia e na Nigéria— produziram várias tendências chave que o movimento deveria considerar no desenvolvimento de sua estratégia:
- As pessoas visitam cada vez menos sites individuais; pelo contrário, obtêm conteúdo de seus pares ou curadores nas plataformas onde socializam.
- As pessoas já não esperam que seu conteúdo seja mediado por "instituições confiáveis"; pelo contrário, querem que seu conteúdo seja curado por indivíduos confiáveis. A confiança online é com frequência uma medalha entregue pela massa -na forma de grandes volumes de "curtir" ou de seguidores- a especialistas ou influenciadores individuais em uma área de conteúdos específica, nem sempre associados a instituições.
- As pessoas e as organizações estão a ser criadoras e curadoras de conteúdos por si mesmas, mas precisam de ingredientes fundacionais de fontes confiáveis para os ajudar a sustentar seus argumentos, desenvolver suas marcas e cumprir suas missões.
Consequências estratégicas para Wikimedia
O movimento Wikimedia está bem posicionado para tomar vantagem destas tendências em serviço de sua missão. Mas ao avançar a soma de todo o conhecimento não será um destino ao qual a gente irá; em vez disso, o conteúdo de Wikimedia será uma fonte e uma máquina da aprendizagem, em todas as formas dinâmicas e diversas que os seres humanos aprendem e consomem conhecimento.
Em 2030 isto pode significar:
- Para outros editores, a Wikimedia é um provedor central de informação transparente e confiável. Apesar de que é mais difundido por publicações mediante APIs e outras formas, o conteúdo de Wikimedia é publicado mediante muitas plataformas, desde o New York Times até o próximo Snapchat. Isto permite a Wikipédia ser uma enciclopédia "just-in-time": provendo contexto e informação relevante às pessoas, onde e quando estejam aprendendo e discutindo sobre o mundo que lhes rodeia.
- Para outros criadores de conhecimento, a Wikimedia está empoderando o desenvolvimento de conteúdo. Mediante as características que permitem maior modularidade e portabilidade de seu conteúdo, a Wikimedia permite a indivíduos e organizações desenvolver pacotes de conteúdo personalizado para diversos casos de uso. Por exemplo, uma organização educativa sem fins lucrativo pode usar elementos dos conteúdos da Wikipédia — por exemplo, 10% dos aspectos mais relevantes de artigos sobre a Internet, entre outros — para formar a base de um curso de alfabetismo digital.
- Para a comunidade, a Wikimedia tem incrementado a visibilidade (e com isso, o atrativo) da contribuição a Wikimedia em diferentes comunidades e contextos. Mediante as características e programas que reconhecem os contribuições dos membros da comunidade, Wikimedia pode realçar a experiência e integridade de seu criadores, curadores e moderadores de conteúdo. Isto serve a vários propósitos: apela ao crescente desejo dos usuários de conhecer a fonte individual de seu conteúdo, gera conscientização do modelo robusto (mas com frequência não compreendido) da Wikimedia, e serve como uma maneira de recrutar outros colaboradores (tanto pelo maior conhecimento das possibilidades de colaboração e pelos incentivos de validação social permitidos por este enfoque).
Esta investigação sugere que o movimento Wikimedia pode aumentar exponencialmente seu impacto mediante o uso de seu conteúdo rico e profundo para impulsionar criadores de conhecimento e plataformas em todo mundo. Pode ajudar as pessoas a descobrir, aprender e debater em todas as diversas formas e lugares que gostam. Com isto também se aproveitam as forças do movimento. Como uma comunidade de conhecimento acessível, digital e transparente, está especialmente adaptada para servir como motor e facilitador da aprendizagem do mundo.
Oportunidades concretas
A partir da visão geral exposta anteriormente, a pesquisa apresentou oportunidades específicas para ajudar a tornar a Wikimedia mais relevante e útil, baseadas em padrões sobre como as pessoas estão a receber e consumir informação. As oportunidades descritas vão desde aquelas que estão mais alinhadas com os produtos e estratégias atuais da Wikimedia, até aquelas que requerem novas maneiras de pensar sobre o modelo e direção da Wikimedia:
- Ajudar às pessoas a encontrar aquilo que precisam na Wikipedia na Wikipédia mediante uma busca mais precisa e guias temáticos.
A busca de informação está se tornando cada vez mais centrada em tarefas e buscas, e menos na descoberta e a navegação. Para aprender novos temas, as pessoas estão cada vez mais a procurar a curadores de conteúdo ou apresentadores — já seja através de blogs de nicho ou canais de YouTube— para lhes ajudar a aprender.
Isto significa que as pessoas costumam achar os artigos da Wikipédia inadequados para suas necessidades específicas: "demasiado longos" e "demasiado difícil de encontrar/aprender o que preciso nos artigos". A Wikimedia pode abordar isto apontando aos leitores a partes específicas dos artigos que sejam mais relevantes para sua tarefa ou seu interesse de busca, ou desenvolvendo portais temáticos que guiem aos estudantes através de um tema específico de interesse. O ideal seria que os portais fossem cuidados e mantidos por membros interessados da comunidade (ou especialistas externos em conteúdo/influenciadores), já que a cada vez mais as pessoas procuram às pessoas, não às instituições, para cuidar de suas experiências de conteúdo.
- Satisfazer as expectativas e preferências dos usuários para o conteúdo online, se tornando mais visual, em tempo real e social.
Enquanto jovens e nativos digitais se tornam parte significativa da população conectada — e influenciam tanto os comportamentos de quem os rodeia, como a direção das plataformas tecnológicas— as normas e expectativas para as experiências digitais estão a mudar. Conteúdo visual, em tempo real e social não são só palavras de moda; os estudos concluíram que são as características das plataformas de conteúdo que as pessoas preferem cada vez mais. Os jovens estão a obter notícias mediante as contas de Instagram de sites de notícias que seguem, olhando as tendências em Twitter e depois discutindo ditas notícias com seus amigos em grupos de WhatsApp.
Estes comportamentos estão a obrigar as organizações de mídia a adaptar a forma em que agrupam, distribuem e apoiam conversas sobre seu conteúdo, e a Wikimedia precisará considerar como adaptar seu modelo neste ambiente dinâmico. Poderia permitir que os vídeos sirvam como referências, para chegar aos jovens na forma que gostam de aprender? Poderia enviar alertas sobre edições rápidas e concentradas a páginas destacadas em plataformas populares, para ajudar às notícias de última hora que de outra maneira não poderiam atingir o radar global? Poderia apoiar conversas em plataformas de mensagem através de visualizações prévias de artigos nos aplicativos? Vale a pena avaliar tais ideias enquanto a Wikimedia se adapta às preferências de conteúdo da próxima geração.
- Empoderar a aprendizagem nos diversos lugares e maneiras em que as pessoas aprendem, tornando o conteúdo mais modular e portátil.
Quando se iniciou a Wikipédia, Internet era um lugar muito diferente. Havia muito menos plataformas para aprendizagem, seja formais e de caráter acadêmico, ou informais e pessoais. Havia também muitos menos criadores de conteúdo, tanto online como offline. Hoje em dia, a democratização tanto do conhecimento como da criação/publicação de conteúdos tem dado lugar a uma proliferação de plataformas de aprendizagem. Usuários, por sua vez, aprendem com entusiasmo de diversas maneiras, desde vídeos tutoriais no YouTube até as comunidades de ajuda para tarefas como Brainly.com.
Ainda que a Wikipédia pode não ser um destino primário para a aprendizagem, tem o potencial de ser um motor primário de aprendizagem, proporcionando conteúdo relevante, confiável e personalizável a outros provedores de conteúdo. Pode apoiar a organizações sem fins de lucro a desenvolver um programa de desenvolvimento de habilidades para os desempregados. Pode apoiar clubes extraescolares que estejam interessados em ampliar a aprendizagem fora de sala. Pode apoiar a especialistas que desejem conteúdos confiáveis e fáceis de usar para apoiar seus planos de estudo em diversos temas. A Wikimedia tem o potencial de servir a todas estas comunidades e, ao o fazer, aumentar exponencialmente o impacto de seu conteúdo.
- Construir uma comunidade apaixonada por ajudar às pessoas a aprender, trabalhando com especialistas em nichos de conteúdo, curadores e embaixadores.
A Wikipédia tem uma comunidade brilhante, apaixonada por desenvolver a fonte mais respeitada de conhecimento no mundo, agora precisa investir na construção de uma comunidade que esteja igualmente dedicada a conseguir que o conhecimento saia ao mundo. Como se assinalou anteriormente (e se descreve com mais detalhe nos resultados seguintes), hoje em dia as pessoas vão a cada vez mais a pessoas de confiança para buscar seu conteúdo. A investigação também tem revelado que um número significativo daqueles que atualmente descartam a Wikipédia como uma fonte confiável da informação têm esta impressão devido aos comentários feitos por um indivíduo (com frequência um professor). A conclusão é que as pessoas importam, seja na criação de leitores, membros da comunidade ou opositores a Wikimedia.
Para avançar, a Wikimedia deveria considerar atrair e investir em aliados e membros da comunidade que se centrem não só em gerar conteúdo (que é o foco da comunidade hoje em dia), senão em difundir nos foros e canais onde gostam de aprender. Pode tratar-se de programas para apoiar aos influenciador digitais no uso do conteúdo de Wikimedia e integrar em seu trabalho. Pode ser embaixadores nas escolas que capacitem aos estudantes para ensinar a seus colegas como aceder e usar apropriadamente a Wikipédia para tarefas escoares. Cultivar aliados e defensores no setor da educação — e em particular nas instituições de educação superior — pode ter grandes benefícios, dado o impacto negativo do ceticismo gerado neste setor.
- Construir alianças para servir aos difíceis de atingir ou aos marginalizados, aproveitando os valores e ativos únicos do movimento Wikimedia.
Em seus primeiros 16 anos, a Wikimedia se tornou uma força global poderosa e singular, com uma comunidade diversificada, apaixonada e talentosa. De facto, sua visão tem inspirado a muitos e atraiu-os para o movimento. Seu produto tem um alcance global imenso. No entanto, ainda há muitos —os que não têm conexão digital, são analfabetos ou têm habilidades básicas de leitura— a quem os produtos básicos de Wikimedia não podem servir. Para avançar, o movimento deveria considerar alianças para ajudar a: i) ampliar o acesso e a alfabetização digital, e ii) melhorar a acessibilidade de seu conteúdo.
Isto pode incluir o apoio a pontos de acesso a wifi em lugares públicos, o desenvolvimento de conteúdo personalizado para cursos de alfabetização digital, ou proporcionar versões "simples" ou "lite" de seu conteúdo. Isto pode significar que membros da comunidade proporcionem serviços de apoio (por exemplo, adaptação de conteúdo de Wikipedia para casos de uso específicos ou planos de estudo) para organizações sociais. E tudo isto pode requerer a associação com governos, grupos da sociedade civil, educadores e outros novos aliados.
No entanto, existe o risco de se expandir para além da capacidade, particularmente quando a Wikimedia procura novas associações. O movimento terá que ser claro sobre como avaliará especificamente as diferentes oportunidades para chegar a "a cada ser humano" e quais podem ser os custos de oportunidade ou escolhas associadas com as diferentes abordagens.
Finalmente, o sucesso das estratégias anteriores dependerá da habilidade da Wikimedia para aclarar sua marca e conseguir o entendimento de seus processos, tanto em seus pontos fortes quanto em suas limitações. Com o mundo cada vez mais cético das instituições e suspeito de vieses, o modelo de Wikimedia pode proporcionar lições importantes e conteúdo neutro e factual. Mas tal como mostrou a investigação realizada em vários países, com frequência não se confia no conteúdo da Wikimedia. Há muitas maneiras de abordar este desafio, e já estão em marcha muitos esforços importantes, mas enfrentar isto será fundamental para o sucesso do movimento no futuro.
Além de aclarar seu processo, a Wikimedia também tem a oportunidade de aumentar o conhecimento da marca através de eventos e promoções dirigidas àqueles que estão fora da comunidade de Wikimedia. Por exemplo, a criação de festivais do conhecimento aumenta o conhecimento local. Pensa em editatonas misturando-se com feiras de rua que reúnam a instituições locais de conhecimento como museus, instituições culturais, músicos e organizações sociais para celebrar o conhecimento e a cultura local, e ao mesmo tempo auxilie o acesso para que as pessoas compreendam melhor a relevância do movimento de conhecimento aberto.
Antecedentes do estudo
Objectivos e enfoque do estudo
O objectivo geral deste projeto é informar ao processo da Estratégia do Movimento da WMF, mediante uma pesquisa primária sobre e comentários de leitores novos e existentes em mercados de baixo reconhecimento, onde o movimento não é bem conhecido atualmente. A pesquisa primária realizada na Indonésia e no Brasil procura:
- Reunir e sintetizar os comportamentos e tendências locais relevantes que impactarão o futuro do movimento Wikimedia durante os próximos 15 anos. Especificamente, a pesquisa examina os comportamentos e identifica tendências relacionadas a como as pessoas procuram, usam e chegam a confiar na informação, particularmente a que se encontra online.
- Entender a conscientização, a percepção e o uso atual da Wikipédia para os leitores potenciais e existentes. Comparar seu conhecimento, percepção e uso com outras plataformas de busca de informação, e aprender a determinar as vantagens e limitações comparativas da Wikipédia e identificar oportunidades futuras.
- Aprender de especialistas locais e instituições em campos relevantes (conhecimento, comunidades e tecnologia) sobre como a WMF pode melhorar sua missão, especificamente nos mercados de baixo reconhecimento, durante os próximos 15 anos, bem como servir melhor aos usuários daquele mercado.
A pesquisa de campo na Indonésia e Brasil levou-se a cabo em dois trabalhos de campo, a cada um de 10 dias de duração, e foi dirigido por uma equipe da Reboot.
Na Indonésia, a pesquisa foi apoiada pelo líder de Alianças Globais para Ásia da WMF e três pesquisadores de Indonésia. No Brasil, a equipe foi acompanhada pelo diretor de Alianças Estratégicas Globais da WMF, o líder de Alianças Globais para América Latina e o gerente de produção de Novos Leitores, bem como por três pesquisadores brasileiros.
Research methods included a light literature review, semi-structured ethnographic interviews, user observation, and expert / key informant interviews.
Vista geral de uma mostra de pesquisa
Na Indonésia o estudo de campo foi conduzido com 61 entrevistados e 3 informantes chave em Java Ocidental. No Brasil, o estudo de campo foi conduzido com 52 entrevistados e 5 informantes chave no estado da Bahia. Os interrogados cobriram uma faixa de características que cumpriu com os critérios de amostra do objectivo do estudos com menos de 10% de diferença em termos de distribuição entre gênero, idade, representação de participantes do sector educativo, e nível de acesso a internet. As características dos interrogados são as seguintes:
Indonésia | Brasil | |
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Localização |
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Acesso a internet |
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Idade |
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Gênero |
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Ocupação |
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Habildiades linguísticas |
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Resultados chave
Theme 1: General information seeking & learning
Como as pessoas procuram informação e aprendem?
Achado 1
O crescimento rápido dos aplicativos de mensagem tem apagado a linha entre a busca e consumo de informação online e offline.
- A popularidade dos aplicativos de mensagem (como WhatsApp, Line, Telegram) se disparou nos últimos anos, devido a várias razões sociais, práticas e econômicas. Ainda que a maioria dos estudos sobre mensagem instantânea na Indonésia mostram que BlackBerry Messenger (BBM) é o principal aplicativo de mensagem no país, o aplicativo não teve um aparecimento destacado nesta pesquisa. Isto pode ter que ver com o fato de que o aplicativo é utilizado exclusivamente para a comunicação interpessoal e troca de mensagens e menos para busca de informação e consumo do que se interessava este estudo. A fins de 2016, WhatsApp estava instalado em 58% dos smartphones da Indonésia, um incremento de quase 300% com respeito ao ano anterior.[3] Em 2015, os usuários brasileiros de WhatsApp aumentaram de 38 a 42 milhões em menos de dois meses. [4]
Na Indonésia, é comum que as pessoas tenham múltiplos aplicativos de mensagem instaladas em seu telefone, cada um para se conectar a um círculo social diferente. Por exemplo, WhatsApp é usado para contatos profissionaies e Line para ligar-se com amigos. Enquanto no Brasil, WhatsApp ainda reina como o mais comum para as pessoas se conectarem com suas múltiplas redes sociais.
Estes aplicativos permitem às pessoas perseguir comportamentos sociais existentes — ambas culturas, brasileira e indonésia, são colectivistas e altamente sociais — com maior facilidade (acesso a membros individuais da família e amigos onde quer que estejam), uma maior eficiência (permite uma coleção e difusão de informação rápida e generalizada) e a um custo menor (as empresas de telecomunicações com frequência oferecem acesso gratuito ou de baixo custo a aplicativos de mensagem para atrair clientes).
- A obtenção de informação através de aplicativos de mensagem é vista como equivalente à informação transmitida de boca a boca, só que com maior rapidez e através de uma rede mais ampla. Estes aplicativos são vistos como uma forma de estender os comportamentos sociais presenciais existentes, e não necessariamente como "estar online". Isto é especialmente comum em pessoas com baixa alfabetização digital ou acesso digital, já que tendem a utilizar principalmente a internet através de aplicativos de mensagem (que são um ponto de entrada comum para o uso de internet).
- Para muitos o uso de aplicativos é frequentemente visto como diferente do uso da internet. Especialmente para aqueles com alfabetização digital baixo ou acesso a internet limitado não é comum pensar em "usar aplicativos" (aplicativos de mensagens e redes sociais em particular) como equivalente a "usar internet" (o qual se associa com usar um navegador web). Inclusive aqueles com acesso a internet e alfabetização moderada nem sempre fazem a conexão entre o uso de aplicativos móveis e estar online. Os termos "internet" e "online" podem estar a diminuir em uso com esses públicos, que simplesmente se referem ao que fazem pelo nome do aplicativo que estão a utilizar (isto é, "estou facebookeando" ou "estou zappeando" (whatsappeando) podem não ter conexão mental com "estou online" ou "estou a usando a internet").
Finding 2
As redes pequenas e hiper-orientadas se tornaram muito populares, já que ficou mais fácil criar "grupos" nos aplicativos de mensagem. Como é tão fácil fazê-lo, as pessoas estão a formar estas redes para diversos casos de uso.
- Ao permitir que as pessoas organizem suas conexões em "grupos", os aplicativos de mensagem têm levado à proliferação de redes pequenas e específicas para uma ampla faixa de aplicativos pessoais e profissionais. A popularidade das redes sociais está decaindo; um entrevistado indonésio de 17 anos disse que "Facebook é para os velhos". As pessoas querem um maior controle sobre que informações compartilham (e que conversas têm) com quem. Os aplicativos de mensagem permitem este controle através de redes personalizadas e hiper-orientadas para fins específicos.
Como resultado, as pessoas estão a estabelecer redes organizadas em torno de temas específicos (sobre notícias hiperlocais/de vizinhança, equipes desportivas), tipos de relações (familiares, colegas, colegas de turma) ou experiências compartilhadas (participantes de um evento específico). A maioria das pessoas (aparte daquelas com acesso a Internet/alfabetização digital extremamente limitada) pertencem a muitos grupos de mensagem, que representam diferentes aspectos (ou comunidades) em suas vidas, já sejam comunidades estabelecidas (por exemplo, familiares) ou temporários e transitórias (como a classe de um semestre).
- Oportunidades
- Identificar e comunicar-se em torno de casos de uso altamente identificáveis. Identificar redes específicas hiper orientadas cujo propósito e composição possam se prestar para encontrar utilidade aos tipos de conteúdo que a Wikipédia possui. Considerarem usar estes casos de alta probabilidade e impacto para basear campanhas ou materiais de comunicação nos meios que as pessoas estão encontrando e compartilhando informações cada vez mais.
- Optimizar o conteúdo de Wikipedia para compartilhar. Examinar os tipos de conteúdo que as pessoas estão a compartilhar em grupos de mensagens instantânea e considerar a possibilidade de que os elementos dos artigos de Wikipedia sejam mais modulares e facilmente compartilháveis, destacando aqueles elementos que tenham os atributos (formato, desenho, etc.) que permitam ser compartilhados.
Achado 3
O surgimento de redes baseadas em mensagens tem impactado profundamente a maneira em que as pessoas reúnem, compartilhem e determinam o valor da informação em sua vida cotidiana. As pessoas estão cada vez mais acostumadas que a informação lhes chegue (em lugar da procurar), a validando através de redes alojadas em aplicativos.
- A informação — especialmente aquela que é de eventos atuais ou sensacionalista — tende a se propagar rapidamente através destas redes hiper orientadas, inclusive se a difusão da informação não era o propósito destas redes. As pessoas compartilham todo o tipo de informação através de grupos de mensagens, já seja que esteja relacionada com o propósito do grupo ou não. Como as pessoas pertencem a múltiplos grupos, podem tomar informação compartilhada num grupo e distribuir em outros grupos, desde que considerem que é de interesse para os grupos receptores.
- The dynamics of messaging-group information-sharing has contributed to the sense that:
- The information being spread via messaging apps is urgently important. Because users receive push notifications from these apps, it contributes to the sense that the news being shared via these channels is urgent and important. Each time there is a new message, users get a notification—the study did not surface a single respondent that had these notifications turned off—and, as scientific research has shown, checking incoming messages leads to an increase in dopamine in the brain.[5] This makes people literally feel good by checking information alerts pushed to them—and the physical sensation creates a positive feedback that sustains the habit.
- The information you need will come to you, so long as you are connected to the right people. Who you follow and are connected to is becoming just as—if not more, for some—important than the sites that you follow. There may be a growing trend towards using people as content navigators and curators.
- Information, most commonly news media, is true only when it has been validated through multiple sources, which is reinforced by growing mistrust in formal institutions, and the increased ease of digital search. This can be achieved by:
- seeing the same facts in multiple places (which is easier for those with higher internet access / literacy, as they can search for a news story and corroborate it via different sources), or
- seeing the same news story passed around in multiple groups to which you belong (which is more common for those with lower internet access / literacy).
- Opportunities
- Help people follow “exciting” (e.g. articles getting uncommon editing traffic) or more interest-specific (e.g. a specific football team) Wikipedia content. Identify the types of edits to Wikipedia articles that people would want to “follow” and get alerts on (e.g. via a messaging app). These may be edits related to political figures, game scores, or news that may inform or help settle bar bets, etc. Help users create customized alerts for specific types of article updates (e.g. IFTTT-style, where it’s based on conditional statements) that then create the sense that Wikipedia is a highly relevant, live resource they would want to integrate into their regular communications stream and share updates with their peers.
Finding 4
People are increasingly getting new information primarily from individuals, and supplementing it with information from institutions.
- Information is now about getting it from the right people, rather than the right organizations.[6] This has led to the sense that you should follow the right people—for those less digitally literate, via messaging groups; for those more digitally literate, in the form of specialist social media accounts—to get the information that you need. Information on websites is increasingly becoming a supplemental source of information—not to learn, but to verify or deepen knowledge.
Those with high levels of digital literacy are able to build networks of peers (beyond those they know offline) to exchange information. They have developed the skills needed to discover and connect to content-producers they trust. In Brazil, for example, an entrepreneur chooses to follow industry bloggers because she respected the content they produced, but more importantly, because she could connect with them to ask specific questions. Those with lower digital literacy, on the other hand, may have more difficulty finding content specialists they trust beyond their personal networks and must rely on information that is passed to them through word-of-mouth, both on and offline.
- As a result, it is becoming increasingly rare, especially among younger and more digitally savvy users, to browse the internet or go to specific websites. When people—especially those younger and/or more digitally connected—do initiate searches for information, it is typically either i) to verify or learn more about something they have learned about from their peers, typically through messaging apps, or ii) to learn about something that is directly and immediately relevant to their personal needs (e.g how to do something, such as cook a specific dish).
- Opportunities
- Appoint topic ambassadors / content curators to help people discover and navigate content on topics they are deeply passionate about. These content curators should be on the platforms that people are using to discover, discuss, and share content, rather than just being on Wikipedia. They can share their passionate for certain topics in a way that is more authentic and relatable (and aligned with how people currently want to receive information), and package bite-sized pieces of Wikipedia content and mix it with relevant content from other sources, for sharing in other platforms.
Finding 5
The value of information is increasingly assessed based on indicators relating to the individual producing the content, rather than the institution with which they are associated.
- The trend towards individually-based information gathering has led to new indicators of value—a blend of utility and reliability of content—for information producers. Ways of assessing value include:
- Closeness of social connection: The closer to me they are, the more likely it is they know what I want / need (utility) and the more I can verify the content with our shared social connections (reliability)
- Volume of social validation: The more followers they have, the more likely it is that they are providing content that is useful to other people (utility) and I will trust the wisdom of the crowd to determine that they are valid (reliability)
- Intersection of closeness of connection and volume of validation: The more that it is my friends and peers that are validating a particular source (a blend of the above characteristics), the more I know this is a valuable source for me.
- Independence of content-producer: When creditable professionals or “experts” (i.e. journalists or educators) self-produce content independent of institutions, I can trust it because this content is produced free of institutional bias and influence.
Finding 6
The unconnected have little control over their information diets and rely heavily on information disseminated through word-of-mouth and public intermediaries (e.g. television, radio, and public service institutions).
- Those that are unconnected are mostly pushed information with limited ways of seeking for the information they need beyond word-of-mouth. To reach the unconnected, social institutions are sending staff into communities to pass information about service offerings directly. This physical information exchange is effective, but can only reach a small part of the community. The most effective organizations have identified community influencers and leaders to pass information to—making the most of word-of-mouth model.
- As an extension of word-of-mouth, television and radio are still main information sources for those with low-no internet access. Often, those with limited access do not question the validity of these sources, rather they rely each to deliver both the practical and news information they need in their day-to-day lives. Those that rely on TV as a main information source tend to recognize and trust specific TV personalities before channels or media organizations. They will make sure to tune into specific educational or expose programing throughout the day to learn from these personalities.
Theme 2: Internet usage (web & mobile)
How do people use the internet?
Finding 7
Both Brazil and Indonesia are largely regarded as a mobile-first countries, with mobile penetration driving many digital behaviors and habits. For mobile-reliant internet users, their mental models and behaviors related to the internet are different from those that come from their computer-first peers.
Mobile penetration in Indonesia and Brazil is extremely high. Mobile penetration is around 130% (meaning many people have more than one SIM card) in both Indonesia and Brazil. As of mid-2016, smartphone penetration was 47% in Indonesia[7] and 57.8% in Brazil.[8] Mobile phones are more affordable and easier to learn (and get support from peers on) than computers. As a result, many Indonesians—particular those that are not getting exposure to or opportunities to use computers at school or at work—are using the internet for the first time via mobile phones, and mobile phones may be their only connection to the internet.
- This, however, doesn’t necessarily mean internet usage is predominantly mobile-first... yet. It is difficult to determine just how much internet behavior is mobile-first or mobile-only at present—but it is clear that it is growing. While a 2014 Baidu study found that 55.2% respondents in Indonesia first experienced the internet with a computer,[9] and an E.Life Survey in the same year estimated that 47% of Brazilians access the internet via computer,[10] more recent studies suggest that mobile is a more prominent means. Both in the Baidu study and more recent ones, it seems that smartphones are becoming increasingly popular for accessing the internet. Statistics, however, differ for just how much mobile accounts for internet usage. In Indonesia for example, some studies show that 70% of web page views come from mobile (StatCounter, January 2016)[11] while others reference 36% of internet users (Nielsen Indonesia, 2016).[12]
- 'Part of the reason for imprecise statistics may be that people don’t always know they are “on the internet”.' Those that are using messaging apps, for example, may not consider the usage as “being on the internet”. This is exacerbated by the fact that many mobile operators offer low-cost or free bundles for messaging apps, which can be interpreted by users as “free”.
Brazilian mobile operators Claro and Oi offer zero-rated access to Facebook and Twitter to mobile data subscribers, as a way of winning customers. The operator TIM was the first to introduce a plan in which any files transferred on the WhatsApp platform didn’t incur data costs.[13] As a result of these bundles, using “the internet”, by contrast, is largely perceived to cost money.
- Mobile-first users tend to be heavier users of apps, particularly those whose usage is discounted or free. This typically means messaging or social network apps. Over time, this impacts how they understand and are able to navigate the internet. This impacts how they like to recieve content (prepackaged and with specific UI or visual design preferences), and it may impact the degree to which they are comfortable navigating the internet (without a curated, directed experience like those provided by apps).
Those with moderate to unlimited access to internet prioritize downloading and use apps that save them time. They choose apps that aggregate information for them (i.e. those that pull together multiple news sources) or serve a very specific function (i.e. banking or sports tracking apps). Cost focused users are more selective of apps they download. They are careful of not downloading (or keeping) apps that waste data, memory, or screen time (i.e. that are for browsing mindlessly: Instagram, Facebook).
- Opportunities
- Be proactive and strategic, but discerning, about the implications of a mobile-first or mobile-led generation. There is a lot of discussion about a mobile-first generation, but many of the headlines and quantitative studies do not cover the specifics of what people do or don’t do on mobile, and what their preferences are. Before investing too heavily in an all-mobile strategy, organizations like WMF need a more granular level of understanding of habits, preferences, and trends relevant to mobile behavior, and to invest in heavy user testing around new product opportunities. For this work, coordinated research and testing among different functional teams interested in the opportunities (and limitations) of mobile may lead to more cost-effective work.
Finding 8
As mobile internet usage dominates, people’s level and range of internet access (and therefore digital literacy) is highly correlated with their income.
- The cost of mobile data is still relatively costly in Indonesia. Most Indonesian consumers buy pre-paid data bundles. A recent study found that an Indonesian worker being paid minimum wage would have to work just over 5 hours to afford 1 GB of data (which cost, on average, USD 2.84 in 2015).[14] [Note: More data on mobile coverage, networks, and cost is available at this site, based on 2015 data.]
In Brazil, government has been working with telecoms since 2014 to lower the price of data. But, with half the population being low income earners, data still continues to be costly for the average Brazilian. Some studies cite that it would take a minimum wage worker (about $1.05UDS/hr) about 34 hours to pay for a 500mb mobile data plan (about $35.80USD).[15]
- Cost of mobile data is a barrier to getting connected for low income users. A recent PwC study found that mobile data costs need to decrease by 65% in Indonesia and 68% in Brazil for it to be generally affordable—a prepaid data plan that allows up to 500 MB of use a month, and costing 5% or less of a person’s gross monthly income—for currently unconnected populations.[16]
Low income users tend to buy data “pay as you go”. They purchase it when they can afford it, use it straightaway, and go without data for a period of time thereafter.
- For those that only have data intermediately, access to affordable wifi is key for getting online. In Brazil, low-income families are accessing “under the table” cost-sharing models which allow internet to be accessible in the home. Some models are as simple as sharing a router and password with a downstairs neighbor while others more complex with small scale entrepreneurs setting up neighborhood enterprises and selling cheap radio internet to neighbors. In Indonesia, having wireless internet at home is uncommon.
- While public wifi networks are growing in availability, these offerings are limited to urban centers and still largely inconvenient, defeating one of the key benefits of mobile internet: information that you want when you want it. To mitigate some of the financial burdens associated with getting online, lower- and middle-income Indonesians in urban areas commonly access internet through public wifi spots, which are increasingly common and openly available in public places, and the norm (though requiring a password) in many offices, schools, cafes, and restaurants and those with computers will often tether their phones. In more rural areas, this pattern is less common.
- Opportunities
- Reduce the barrier of affordable internet through product and partnerships solutions. Work with institutions and local leaders to support access to content with or without the internet. For example, sponsored access through public wifi points or partnering with public libraries or universities to develop offline alternatives only needing periodic updates.
- Wikipedia Zero can play a role in alleviating the financial burdens associated with accessing information online. WMF should consider whether and how to integrate Zero into the Indonesian market.
Theme 3: Online information behaviors
How are people accessing, evaluating, and using information online?
Finding 9
Both Brazilians and Indonesians are highly comfortable with using translation tools and apps to make the most of their online experience.
- High-quality specific online content in Portuguese and Bahasa Indonesian can be difficult to find. Outside of national and local news and information, respondents found it challenging to find useful information in local languages they can use for school, work, or their personal interests. Respondents with high digital literacy commonly mentioned that “the more specific their question the more likely the answer would be in English.” As a result, those that spoke English sensed that that to get the most out of the internet, one must at least be comfortable with written English.
- People with limited written English proficiency do not see it as a barrier to using the internet in English. Generally, those with limited English ability browse the internet in their local language. When searching for specific information though, they may need to look to English results. Regardless of language ability, most users with medium digital access and confidence (or higher) were comfortable using translation tools (whether the browser based or app-based tools such as Google Translate).
For Wikipedia, those with higher digital literacy and confidence figured out how to toggle between languages, although most users tended to go back to the search page and click on the English and local language search results to view articles in both languages.
- Those with above-average written English proficiency tend to browse internet in English, and access more content from international sources. This is seen as being more efficient and effective for getting the information one needs, as there is a greater volume of content in English.
Finding 10
When consuming text online, people tend to be quicker and more task-oriented (“scanning for what I need”) but they tend to consult multiple sources. When consuming visual content online, people tend to take more time and be discovery-oriented (“exploring for what I like”).
- People tend to proactively seek out and read text-heavy webpages and articles when they have specific questions they need answered. This may be when they are looking for specific information for school or work, supplementing information they have received via other channels, or just have a specific question they need answered. When looking for this information, they tend to scan the page until they come to what they came for, and to ignore the other context.
As people gain digital literacy, they also gain control of their information diet—which counterintuitively opens up a wide information landscape. To navigate these complexities, they set up tools to cope with the wide availability of information.
- When searching for textual information, the stakes tend to be higher, since the information will be used to complete a specific task. As such, they are more likely to triangulate across multiple sources. The quality of information becomes more important, since the completion of the task (whether for school, work, or to add to an ongoing social conversation) will be judged by external sources, and often those in a position of authority. As a result, it is even more important to cross-check the information in multiple places. In doing so, the way of consuming content is still largely “scanning-based”.
- When not seeking to a certain task, people (skewing towards younger populations) are surf the internet via visually-led apps or content sources, e.g. Instagram or YouTube. They use the platforms’ Explore (Instagram) or Up Next and Recommend (YouTube) features to discover new content. It feels like a lighter, more fun way to discover new content.
- In Brazil, video, accessed through YouTube, has emerged as a prefered destination for students and how-to learners. Video is ideal because it converges both the depth of textual information and the appeal of visual content. Video consumers tend to search for specific topics on YouTube and are able evaluate videos more quickly than text. To do so they look—not just on the credibility of the source—but at the production value, charisma of presenter, and specificity of instruction.
Finding 11
Young people are increasingly defaulting to visually-led browsing. This is leading organizations to prioritize visual content and platforms in their strategies, even for activities that are typically not designed for such formats.
- People (skewing toward younger populations) are increasingly spending time browsing and sharing visual content online. As noted above, most of their time browsing is done using specific apps that prioritize visual content. The weight given to visual content is even impacting how they select apps to share visuals: some respondents said a key reason they preferred WhatsApp was its ability to share high-resolution images.
- Organizations are increasingly adapting to younger audiences’ preferences for visual content, even for materials or activities that have not traditionally lent themselves to visual presentations. News organizations are publishing content on Instagram, as some youth are using it as their primary news-gathering platform. (One 17-year-old respondent said, “Instagram gives just the right level of content” when explaining why he prefers following the Instagram feed of his favorite news site rather than going to the actual site. The feed featured largely photos of politicians with news summaries of less than 100 words, and typically a few different hashtags to promote discoverability.)
NGOs are fundraising via Instagram, and even publishing basic financial audit information via the platform in efforts to show their transparency. This is both to attract young audiences, and recognizing their importance as early adopters in getting other generations in their networks (parents, younger siblings) online, and knowing that their behaviors will likely influence others. (This behavior, assumed by these organizations, was observed through field research in Indonesia and in other New Voices countries.)
- Opportunities
- Get visual and distributed to meet users where they are. Wikipedia must consider how it needs to adapt its format, design, and distribution model to better meet the needs and habits of the next generation. The nature and extent of these changes can fall on a spectrum—from a fundamental redesign of the platform, to establishing “lite”, “junior”, or more visual versions of the platform, to simply incorporating more visual content—but this should be considered in ongoing platform design and content strategy conversations.
The movement should consider how it might move away from thinking of the web platforms and properties as the central organizing body, but think of the way to fulfill the mission via third-party platforms whereby its platform is merely the central repository of content. (This, of course, is how many news and information platforms are thinking today, but Wikipedia’s unique design and production model may make this more challenging to execute in practice.)
Finding 12
The trustworthiness of a piece of information (or its source) doesn’t necessarily determine its utility. Young people especially assume that most information online is biased, and they adapt how they validate and/or use information accordingly.
Many factors have contributed to a loss of faith in the trustworthiness of news sources. These include:
- Indonesia and Brazil’s history of media control. Under the New Order (President Suharto’s military dictatorship from 1966–98), the media was tightly controlled. Since mass media liberalization started in 1999, the country has made significant strides in the diversity, quality, and professionalism of journalistic content in the country.[17] The country’s media environment is “partly free”[18] and it ranks 124 out of 180 countries in Reporters Without Borders’ World Press Freedom Index.[19]
Brazil has more of a spotty history of media control, with on- and off- periods of government censorship under the rule of President Getulio Vargas from 1930 to 1945, and from 1951 to 1954. De facto censorship was reinstated again during the military regime (1964–1985).[20] Brazil ranks 103 out of 180 countries in Reporters Without Borders’ World Press Freedom Index. [Note: Other New Voices Global South countries rank as follows: Nigeria 122; India 136; Mexico 147.]
- Widespread knowledge that ownership of Indonesia’s media is highly concentrated, with a few corporate oligarchs that promote their business and political interests via their media platforms, which are increasingly multi-channel.[21] In this era, local news organizations have suffered and media empires have become increasingly powerful and centralized. This phenomenon is common globally but especially glaring in many emerging markets, including other countries studied for New Voices Global South countries (Brazil) and New Readers (Nigeria, Mexico).
- Increased use of the internet for information-seeking and consumption, where any person or entity can put information online. Particularly for those that i) are not browsing in languages with high volume of digital content, and/or ii) are looking for information on highly specialized topics in their own language, the likelihood of them coming against low-quality, unverified information grows higher.
- Increased prevalence of sensational and untrue content on the internet, as online business models are oriented towards gathering clicks at whatever cost. Combined with the previous factor, it has led to the sense that the internet can be a wasteland of junk content.
- Growing popularity of the term “fake news”, which has increased since the 2016 US presidential election and has spread globally. Respondents used the term “fake news” to describe any content that was sensational, and the term seemed to be increasingly correlated with information found on the internet.
- Indonesia and Brazil’s history of media control. Under the New Order (President Suharto’s military dictatorship from 1966–98), the media was tightly controlled. Since mass media liberalization started in 1999, the country has made significant strides in the diversity, quality, and professionalism of journalistic content in the country.[17] The country’s media environment is “partly free”[18] and it ranks 124 out of 180 countries in Reporters Without Borders’ World Press Freedom Index.[19]
- Young people assume bias in news sources (online or offline) and online information sources in general—the degree to which they are comfortable with bias depends on the extent to which the bias serves their interests. When bias aligns with their worldview, it’s recognized but unquestioned. When the bias may not align with their worldview, they seek to discuss it within their networks (largely via messaging-app groups, where they are getting the news). Recognizing that news information can’t be trusted, they tend to scan the headlines—taking in many shallow data points—then fill in details of stories through peer conversations (both on/offline) with people they trust, as means of passively finding “truth.”
- As a result, the indicators of trust are changing, and becoming more individually focused. While older generations may have relied on institutional reputation to determine the validity of information being produced, young people now are looking for indicators of individual reputation. An individual’s number of followers, likes, shares and “personality” of the brand are indicators of a source's trustworthiness. Young people look to their networks to help them verify sources—each “like” represents the opinion of a person.
- People are looking for content that is representative local events, movements, and perspectives and see a gap in the availability of this content on the internet. This content not only makes people feel seen and valued—which in turn builds trust—but helps make the leap to understanding new knowledge. For example, when researching social movements on the website of international organization a respondent was better able to understand the Black Lives Matter movement in the US when he contextualized it against is knowledge of similar Brazilian movements.
- Opportunities
- Allow customization of the article characteristics displayed to let discerning users judge for themselves. As people are getting increasingly confident in assessing online content, the indicators they use to do so differ. Wikipedia could consider revealing some of the metadata (e.g. number of edit(ors) and / or recent edits) behind different articles to give users greater visibility and control in how they assess content. This metadata may relate to data that Wikipedia already captures on articles (e.g. a “locked” article may signal greater trustworthiness) or new indicators that mimic what users are used to via other platforms (e.g. “likes” of an article).
Themes 4 & 5: Awareness and Usage of Wikipedia
What is awareness / perceptions of the Wikipedia brand? How does Wikipedia’s design, model, and/or programs currently support or inhibit online learning?
Finding 13
People tend to see Wikipedia as a finished product produced by a technology company, not a continuously growing resource and social movement led by a community and shepherded by a non-profit. As such, it is judged by the metrics by which they would judged other international tech giants.
- Although many people knew Wikipedia is an editable platform, they do not think of the actual content as adaptable and expandable. When people spoke about the content of Wikipedia, they tended to speak as if the content was static—not making the connection between how Wikipedia works and the state of the content. To them, the platform is seen as a final rather than an ever changing resource. As such, when they see mistakes on Wikipedia—one respondent recalled a time where she saw Lorem Ipsum text in a whole paragraph on an article—they tend to judge it harshly, noting that it is a sign of Wikipedia’s lack of professionalism.
- Most respondents believed that Wikipedia was run by a for-profit technology company—and one that was pretty boring and that lacked transparency. The inability to see the people and/or process behind the product negatively impacted people’s affinity for Wikipedia. Some respondents said that they liked flashy and innovative technology brands and organizations that were “transparent”, meaning that they could see the staff, processes, and even workplaces in which the product was made. One respondent referenced an article that talked about Google’s headquarters as why he trusted the brand.
Finding 14
Wikipedia’s open contribution model is poorly understood, and therefore viewed as a weakness.
- Many that know Wikipedia refer to it as an open source platform that anyone can edit, but they view the collaborative aspect of Wikipedia only in terms of the first stage of content contribution (the addition of content) and are unaware of the existence of possible, subsequent stages (the review, refinement, deletion or content, and the conversations that happen around open). Lack of understanding of the lifecycle of contributions and the benefits of Wikipedia’s model lead them to mistrust the platform. Most working in academia have no idea about the processes Wikimedia puts in place to increase the quality of content on its platforms.
Finding 15
People with any awareness of Wikipedia are using it for broad context or specific facts on people and places. As they learn that anyone can edit, they state distrust in the content, but still use it for the same purposes as well as verifying information found elsewhere on the web.
- Wikipedia is frequently described as a “dictionary”—it is useful for understanding what something is, and sometimes for understand what a word means. When googling nouns—typically people, places, things—people generally accept the Wikipedia page that comes up first in the search as a satisfactory definition of what they set out to find. This was the most common use of Wikipedia across all respondent groups.
- Those with low awareness of Wikipedia don’t demonstrate mistrust in Wikipedia’s content. They have few to no trust issues with the information that they find on the website. Those that have lightly used Wikipedia in the past and who have little awareness of its editing model or brand are quick to trust the content they find on the site.
Levels of trust fluctuate for two reasons. First, those that have experienced errors in content either intentional errors (i.e. an Indonesian respondent referenced seeing a whole paragraph of just gibberish letters), or more commonly, out-of-date information (i.e. a telenovela plotline not up-to-date). Second, when they learn from others that the content is not trustworthy.
Finding 16
Although people may say they do not trust Wikipedia, they still find it useful—some even find it essential—in surfacing the information they need.
- Mistrust of Wikipedia is a learned perception—usually reinforced through higher education institutions. Those affiliated with institutions of higher education levels tended to be more more skeptical of Wikipedia, stating that professors would not accept Wikipedia as a source. Having an authority figure saying definitively that a source should not be trusted obviously impacts perceptions. But those with lower-levels of education (i.e. high school) had higher levels of trust in Wikipedia’s information often because their teachers told them that Wikipedia was an acceptable source. In one high school, researchers saw Grade 11 textbooks where Wikipedia articles were cited as footnotes for textbook content.
- And while many respondents said they cannot fully trust Wikipedia, this does not stop them from using the information. (This aligns with findings captured in previous themes that show that people don’t necessarily have to trust information to find it useful.) Especially skeptical audiences—typically, those that have a reason to be skeptical, e.g. students whose usage of information will be judged by academic standards—may not necessarily trust the information contained in Wikipedia articles, but find it a handy resources to get reference materials.
- Opportunities (for several above findings)
- Reveal people and process to build trust. Wikipedia’s people and process is its greater asset, but it’s currently perceived as a liability. Consider how to reveal how Wikipedia is made in an easily accessible way to readers, and in ways that speak to readers’ growing mistrust in institutions, increased faith places in individuals, and other trends described in this research.
Finding 17
Even those who have used and trusted Wikipedia throughout their education, leave Wikipedia behind after completing their degrees. The value proposition beyond academia remains muddy.
- Many respondents were able to articulate how they have used Wikipedia in the past to support them throughout their education but were less clear about how Wikipedia could support them in their day-to-day life. This was influenced by the fact that Wikipedia is perceived to be an academic resource connected directly with their education. For example, a women in Indonesia who had used Wikipedia extensively for gathering background information for her university assignments didn’t know she could look up her favorite Korean drama star—only thinking that “serious people” could be found on the site.
References and notes
- ↑ Acceso consiste no acesso à tecnologia, custo ou outros factores.
- ↑ A distribuição de gênero deriva-se de sensibilidades culturais no acesso a mais mulheres entrevistadas
- ↑ http://blog.jana.com/blog/top-messaging-apps-indonesia-september-2016. Isto é importante para outros países da Estratégia do Movimento/Novos Leitores. A modo de comparação, é 95% na Índia e 92% em México. Também é o aplicativo de transportadora mais popular na Nigéria, com o 45% dos usuários móveis que o utilizavam em fevereiro de 2014 (http://www.techweez.com/2014/03/05/49-of-kenyans-mobile-users-on-whatsapp/).
- ↑ https://techinbrazil.com/all-about-whatsapp-in-brazil
- ↑ https://www.psychologytoday.com/blog/brain-wise/201209/why-were-all-addicted-texts-twitter-and-google
- ↑ Note: The exception to this is information related to specific passions or that which have been named by an authority figure (typically at school or work).
- ↑ https://www.mobileworldlive.com/asia/asia-news/indonesias-smartphone-penetration-hits-47/
- ↑ https://www.statista.com/statistics/285604/number-of-smartphone-users-in-brazil/
- ↑ https://www.techinasia.com/baidu-indonesia-mobile-internet-user-report
- ↑ https://techinbrazil.com/internet-usage-in-brazil
- ↑ https://www.techinasia.com/indonesia-web-mobile-statistics-we-are-social
- ↑ http://www.thejakartapost.com/news/2016/08/19/internet-penetration-up-amid-availability-of-cheap-smartphones-nielsen.html
- ↑ https://techinbrazil.com/all-about-whatsapp-in-brazil
- ↑ https://www.techinasia.com/cost-mobile-data-southeast-asia-infographic
- ↑ https://www.forbes.com/sites/kenrapoza/2014/10/20/in-brazil-digital-divide-shrinks-even-as-costs-become-prohibitive/#4bf27fc95c7f
- ↑ https://qz.com/686530/mobile-data-needs-to-get-this-much-cheaper-before-most-of-the-world-can-afford-it/
- ↑ http://www.thejakartapost.com/news/2013/05/20/mass-media-liberalization-does-not-yet-drive-democracy.html
- ↑ https://freedomhouse.org/report/freedom-press/2016/indonesia
- ↑ https://rsf.org/en/ranking
- ↑ http://www.pressreference.com/Be-Co/Brazil.html
- ↑ http://niemanreports.org/articles/who-owns-the-news-in-indonesia/