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Emna Mizouni
Em 1991, a Tunísia se tornou a primeira nação da África a conectar-se à internet. Hoje, é um dos países mais conectados do Grande Oriente Médio e da África do Norte, com uma próspera comunidade de ativistas digitais e defensores da cultura livre. Um destes é a wikimedista Emna Mizouni.
Emna trabalha para a Carthagina, uma organização não governamental de Túnis que conscientiza sobre a história e o patrimônio tunisinos. Ela ajuda a tornar imagens da Tunísia disponíveis ao público através de projetos comunitários como o Wiki Loves Monuments do Wikimedia Commons, o maior repositório de imagens livremente licenciadas.
“Sei muito sobre o patrimônio e a história, são coisas importantes para mim”, diz. “Para promover o patrimônio tunisino através de [este] concurso fotográfico […] [nossos] monumentos, sítios históricos, tradição, costumes, tudo.”
A Wiki Loves Monuments é um concurso fotográfico internacional feito por voluntários que encoraja pessoas a contribuírem com imagens livres de licença sobre monumentos históricos e patrimônios regionais. De acordo com o Guinness World Records, o concurso detém o recorde mundial como maior competição fotográfica. A cada ano, mais de 300 000 fotografias são tiradas por causa do concurso.
- As energias positivas de querer tornar o mundo melhor, isto que significa a Wikipédia para mim. Isto é que quero compartilhar com as pessoas.
Emna, junto com outros membros da comunidade da África do Norte, temos organizado três edições do concurso anual na Tunísia desde 2013. O concurso atraiu milhares de imagens de voluntários, das quais dez são selecionadas como vencedoras a cada ano.
“Apaixonei-me com os projetos da Wikimedia, tentei espalhar a palavra”, diz. “Acabei de participar, para que possa contribuir e ver a importância das minhas contribuições. Alinha-se com o objetivo da minha ONG, tenho que fazer isto. Não dá para deixar de lado.”
Emna diz que os projetos da Wikimedia podem até ser usados como uma forma de defesa, exprimindo oposição ao terrorismo estabelecido na Tunísia, por exemplo. Quando o Museu Nacional do Bardo foi atacado em 2015, voluntários contribuíram com imagens do museu e expandiram os artigos da Wikipédia relacionados ao museu. “Estamos resistindo, e como resposta, fotografamos”, explica. “Não é apenas a Tunísia preocupada com o terrorismo. A Tunísia está juntando-se à liga de outros países, os ocidentais.”
Por anos, foi um desafio para o país, que também desempenhou um papel fundamental na Primavera Árabe de 2011 — também documentada na Wikipédia. Emna considera o conhecimento livre como uma maneira positiva de progredir.
“Todos sabem sobre a importância de ter tais informações na Wikipédia, portanto estamos tentando contribuir o máximo possível”, diz. “Estamos entregando uma nova imagem tunisina. Estamos mostrando ao mundo a verdadeira Tunísia.”